O BAIRRO DA MINHA INFÂNCIA
A casa morreu no lugar onde nasci: a minha infância não tem mais onde dormir. Mas eis que, de um qualquer pátio, me chegam silvestres risos de meninos brincando. Riem e soletram as mesmas folias com que já fui soberano de castelos e quimeras. Volto a tocar a parede fria e sinto em mim o pulso de quem para sempre vive. A morte é o impossível abraço da água.