domingo, 28 de junho de 2015

HOMENAGEM A SÃO PEDRO





“Homenagem a São Pedro”



São Pedro com a sua ousada autoridade
Dos ilustres comparsas fez convocatória
E, sem que houvesse uma razão premonitória,
Marcou o seu comício no alto da Cidade.

- Como sabeis, meus velhos amigos, a idade
Que tenho já não é muito satisfatória,
Pensando bem, e dando a mão à palmatória,
Proponho um franco acordo sem austeridade.

- Por aqui, caro António, só se topa esbulho
E tu por lá, ó João, com foros de baptista
Asperge de água benta a nossa entrevista
P´ ra que na Invicta ninguém encha o bandulho…

- Oquei, encerrarei os Palácios de Lisboa, 
E os respectivos inquilinos que se amanhem:
Que façam contas pelos dedos - se os têem -
Pois já mingua a massa e a conversa enjoa.

- Por mim, farei o mesmo e acaba o falatório
E nunca deixarei que as coisas vão em frente:
Ordenando que dêem tripas a toda a gente
Premiarei cá todo o negócio meritório.

- Bravo, bravo, eu também já estou de saco cheio
Assinemos o acordo e vamos pr´ eleições
Que não gostamos de perder (nem a feijões)
E o povo entenderá o nosso remedeio.

E com esta maneira e este combustível
São Pedro conseguiu que os Santos Populares,
Em genuíno acordo de ideias salutares,
Formassem uma Tróica de aura invencível…

Ah, grande Simão Pedro, és mesmo competente
Tu nunca, como hoje, tiveste tanto apreço
E, já agora, por teres as chaves do sucesso
Fica-te muito bem chefiares a Lusa Gente.

E se, ademais, houver mister de algum reforço
Junta ao ilustre naipe, um tal de Paulo de Tarso 
Que, além de bom amigo, tem calo e é vivaço
E faz questão de fazer muito com pouco esforço.

E tu, ó Paulo, que tens fortes influências,
Afina o diapasão em modo estrutural
P´ ra que na Lusa terra - esta aldeia global –
Possam nascer, enfim, algumas inteligências!

Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA


sábado, 27 de junho de 2015

Ó SÃO PEDRO, 'BEM-AVENTURADO'



SANTOS POPULARES SÃO PEDRO



São Pedro Apóstolo - 1º Papa - Simão Pedro


Ó SÃO PEDRO, 'BEM-AVENTURADO'


Ó São Pedro, 'Bem-Aventurado',
Quero ser teu cordeiro,
Por ti sempre mui amado,
Serei leal e ordeiro.

Bendito sejas Simão,
Das Romas o Rochedo.
Que Cristo abençoou, Pedro,
Da tranca em Santa mão,

Ó Apóstolo do Mar,
Na tua Barca quero navegar,
Mar abundante, sem recear,
Meu Coração alagar.

Ó Magnânima Rocha,
Sou irmã tua, Pescador,
Que o perdão sempre dá ao pecador,
Alumia-me na tua tocha.

És São Pedro, o Primeiro
Santo do Pontificado,
De nome edificado,
Nos Céus o derradeiro.

Teu rebanho irás bem guardar,
Nas Chaves que Jesus concedeu.
É ao teu lado que quero sempre estar,
Privar d' águas que Cristo bebeu.

Os teus Céus quero amar,
Longe das chagas d´um Inferno.
No reino dos discípulos,
Prenúncio de crepúsculos.

A léguas d' um Inverno, Meu Mestre,
Sempre pela Primavera da Vida.
Não aprecio aqueles ares de Cipreste,
Que pressagiam a certa despedida!

Trago pelo Coração,
A tua grande Oração,
Ao peito a Flor de Lis,
Sei que assim sou Feliz.

® RÓ MAR


quinta-feira, 25 de junho de 2015

SORRIR FELIZ


Imagem - Beautiful world. Nature, love, art.


SORRIR FELIZ 


Todos sabemos que o Sol tem milhares de exímios raios e que se reflete pela terra como um Deus maior, sabemos ainda, que é vida, mistério, astro do dia, em suma, felicidade. Pois, o que sempre esquecemos é de sonhar em conjunto, esquecemos que por si só somos pequenos a tal força maior. Para desenhar o Sol da existência, não basta sonhar e pronto, há que estender os braços pelo nosso Planeta, Terra, do sistema solar, e assertivamente darmos as mãos a milhares que sonham prosperidade. São os múltiplos pequenos dedos que constroem sorrisos vários. No movimento giratório em torno do nosso projeto fazemos os dias e somos também nós, gentes, que ao redor do magno Sol efetivamos a viável duração do ano. Sabemos que as esperanças são longas esperas e que não basta estalar os dedos, ou apenas alguns ensaios, para alcançar a fonte suprema. Pois, é preciso muito mais, força de vontade, coragem e sobretudo amor de coração e alma. 
Sabemos que tudo tem seu ciclo de vida, principio, meio e fim. Então, porque é que não escolhemos o melhor princípio para os nossos sonhos, ou, porque é que desistimos a meio da escalada!? 
Pois, somos pequenos, egocêntricos e sonhamos alto de mais! Então, desçamos à Terra e executemos em torno do nosso eixo, façamos o esforço de debuxar a plenitude de vida de acordo às necessidades primárias e gerais. Teremos de certeza o final feliz, não o de romances, estórias ou contos de fadas, mas, haverá de certeza uma outra realidade em que nós (gentes) teremos novamente vontade de sonhar. E, é a roda-viva que gira pela Terra que espelha o seu valor e determina a intensidade de luz que abastece os dias. Sendo assim, haverá com certeza muitos finais felizes, pelo mundo, basta reconhecermos que precisamos de ajudarmo-nos mutuamente e aprender a sermos obreiros de coisa pequena. Sabemos que nunca alcançaremos a força e magnitude do astro Sol, mas aprendemos que em conjunto construímos o Sol da nossa existência que consiste em SORRIR FELIZ. 

© RÓ MAR


quarta-feira, 24 de junho de 2015

FEIRA INTERNACIONAL DE ARTESANATO - FIL


FIA - Feira Internacional do Artesanato - FIL









SABORES


SANTOS POPULARES - SÃO JOÃO


Fotografia de Receitas de Portugal


SABORES


Sabe-me a pouco a cidade!
Sabe-me a vida demais
Sabe-me o peito a saudade
Doutras vidas ancestrais…

Sabe-me o tempo a fuligem
Das chaminés do passado
Sabe-me o rio a vertigem
De quantos se têm matado…

Por vezes o Douro sabe
A aventura, a viagem
E no coração nem cabe
A 'sprança que vem n'aragem…

Sabe-me a dor o Barredo
Sabe a iscas a Ribeira
E a Sé, sabe ao degredo
Duma vida marinheira…

Sabe o Bonfim ao pousio
Das terras por semear
E Lordelo ao bravio
Dos matos da beira-mar…

Miragaia sabe à espera
Do sobe e desce do inverno
E Ramalde , nesta era
A poluição, um inferno…

Vale Formoso, sabe a flor
Campo Lindo, a oração
E a Lapa sabe ao penhor
De D. Pedro, o coração…

Vestiu de festa a cidade
Cheira a cidreira e a mosto
E mesmo em dificuldade
Traz alegria no rosto…

Sabe a cascatas velhinhas
Sardinha pinga no pão
E ao altar das Fontaínhas
Em noite de S.João!

Maria Mamede

SÃO JOÃO, PORTO & BRAGA, LDA.



SANTOS POPULARES - SÃO JOÃO







SÃO JOÃO, PORTO & BRAGA, LDA.


“Projecto para a conquista de Lisboa”



Ó meu São João do Porto, 
Ó meu São João de Braga,
Antes eu ficar todo torto 
Do que levar co´ uma fraga;
Ó meu São João de Braga, 
Ó meu São João do Porto,
Antes ir contigo à ilharga
Do que sair meio morto.

Ó meu São João das Antas, 
Ó meu São João da Ponte,
Antes curtir até às tantas 
Do que perder o horizonte;
Ó meu São João sempre Invicto, 
Ó meu São João quem dera, 
Antes comer carapau frito 
Do que continuar à espera.

Ó meu S. João do Queijo, 
Ó meu São João Palhete,
Antes comprar um desejo 
Do que fazer ramalhete; 
Ó meu São João Cristal, 
Ó meu São João pesadelo,
Antes não ser pontual 
Do que levar c´ o martelo.

Ó meu São João Bulhão, 
Ó meu São João d´ Aforro,
Antes faltar algum pão 
Do que comprar alho porro;
Ó meu São João Inércia, 
Ó meu São João Patranha,
Antes ouvir controvérsia 
Do que cair n´ artimanha.

Ó meu São João Tripeiro, 
Ó meu São João Fatela,
Antes perder o dinheiro 
Do que comer na gamela;
Ó meu São João Dragão, 
Ó meu São João Pedreira,
Antes eu ser mandrião 
Do que ficar Jarreteira.

Ó meu São João do Douro, 
Ó meu São João Minhoto,
Antes cabeça de mouro 
Do que fingir ser devoto;
Ó meu São João Fabrico, 
Ó meu São João Braguinha,
Antes não ter manjerico 
Do que faltar a sardinha.

Ó meu São João d´ Avenida,
Ó meu São João d´ Arcada,
Antes me desanque a vida
Do que eu não valer nada;
Ó meu São João da Foz,
Ó meu São João Rodovia,
Antes eu ficar sem a voz
Do que me torcer de azia.

Ó meu São João de Valbom,
Ó meu São João d´ Enguardas,
Antes eu nunca ser bom
Do que brincar às fisgadas;
Ó meu São João de Paranhos,
Ó meu São João de Panóias, 
Antes eu nunca ter ganhos
Do que sofrer de tramóias.

Ó meu São João Amial,
Ó meu São João Picoto,
Antes não ver o bornal
Do que passear todo roto;
Ó meu São João de Francos,
Ó meu São João Vicente,
Antes andar de tamancos
Do que à míngua da gente.

Ó meu São João do Cerco,
Ó meu São João Andorinhas,
Antes mexer no esterco
Do que abraçar alfacinhas;
Ó meu São João Aleixo,
Ó meu São João da Tecla,
Antes andar em desleixo,
Do que vestir alforreca.

Ó meu São João da Ribeira,
Ó meu São João da estóica,
Antes ir na pasteleira
Do que aturar esta Tróica;
Ó meu São João Ramalde,
Ó meu São João Falcões,
Antes meter mão ao balde
Do que negociar a feijões.

Ó meu São João Campanhã,
Ó meu São João Montélios,
Antes ficar como está 
Do que andar nos fumélios; 
Ó meu São João Sucesso,
Ó meu São João do Souto,
Antes andar de travesso
Do que apanhar perdigoto.

Ó meu São João do Viso,
Ó meu São João Fraião,
Antes perder meu juízo
Do que fazer contramão;
Ó meu São João Pastor,
Ó meu São João Areal,
Antes não ires no andor
Do que fazeres bacanal.

Ó meu São João Carvalhido,
Ó meu São João do Raio,
Antes ser um foragido
Do que cair em desmaio;
Ó meu São João Salgueiros,
Ó meu são João Agrolongo,
Antes não ser dos primeiros
Do que o nariz ficar longo.

Ó meu São João Aldoar,
Ó meu São João do Pulo,
Antes aprender a poupar
Do que eu fingir que sou chulo;
Ó meu São João Lagarteiro,
Ó meu São João velha Sé,
Antes eu ser forasteiro
Do que cheirar a chulé.

Ó meu São João harmónio,
Ó meu São João em festa,
És melhor que Santo António
E todo o resto não presta;
Ó meu São João da Lapa,
Ó meu São João de Amares,
Antes namorares à socapa
Do que fingires outros ares.

Ó meu São João a valer,
Ó meu São João talento,
Antes te quero perder
Do que ires parar a S. Bento;
Ó meu São João finório,
Ó meu São João vitamina,
Antes não teres repertório
Do que faltar concertina.

Ó meu São João Bessa-Leite,
Ó meu São João Sta. Cruz,
Antes ficar sem enfeite
Do que ter Jorge Jesus;
Ó meu São João dos Clérigos,
Ó meu São João S. Marcos,
Antes perder co´ s galdéricos
Do que andar pelos charcos.

Ó meu São João Marquês,
Ó meu São João Gualtar,
Antes não seres português
Do que faltares no altar;
Ó meu São João Cedofeita,
Ó meu São João Lamaçães,
Antes uma vida desfeita
Do que rodeado de cães.

Ó meu São João Bonfim,
Ó meu São João Nogueiró,
Antes estares longe de mim
Do que eu te ver meter dó;
Ó meu São João d´ Aldoar,
Ó meu São João Maximinos,
Antes na terra a brincar
Do que no céu dos meninos.

Ó meu São João Trindade,
Ó meu São João Palmeira,
Antes foliares à vontade
Do que estares à minha beira;
Ó meu São João na berma,
Ó meu São João vaivém,
Antes tu seres palerma
Do que ires para Belém.

Ó meu São João, São João,
Ó meu São João Porreiro,
Antes não teres coração
Do que ficares embusteiro;
Ó meu São João à Frente,
Ó meu São João em pessoa, 
Antes contrário à corrente
Do que Fadista em Lisboa!

Frassino Machado


segunda-feira, 22 de junho de 2015

EM TEMPO DE VERÃO HÁ, UMA PALAVRA SUSPENSA NO CÉU, FELICIDADE


Imagem – Bellissime Immagini 


EM TEMPO DE VERÃO HÁ, 

UMA PALAVRA SUSPENSA NO CÉU, 

FELICIDADE


O verão chegou ao hemisfério norte.
Verão boreal que inicia ao solstício de verão
A vinte um de Junho e termina com o equinócio de Outono.
Uma das quatro estações do ano mais quente
E seus dias os mais longos de todo ano.

Em Portugal os termómetros marcam trinta graus
Um dia primeiro de muito calor,
E é domingo para passear adorando a beleza da natureza.
Há quem vá à praia e mergulhe no Tejo, a nossa riqueza.

Há quem fique pelos terraços de Lisboa a admirar as águas do Tejo.
Há quem se passei, à beira rio, pela bela freguesia Oriente, 
Parque das Nações que tem pavilhões e palcos para toda a gente.

Há quem vá até Oeiras e se delicie ao ar livre de tanta poesia…
Magnânimas esculturas de Francisco Simões estão lá:
Os maiores poetas de Portugal: 
Camilo Pessanha, Carlos de Oliveira,
Teixeira de Pascoaes, Florbela Espanca, José Gomes Ferreira
José Régio, Vitorino Nemésio, Miguel Torga, António Ramos Rosa,
Sophia de Mello Breyner Andresen, Natália Correia,
Eugénio de Andrade, Manuel Alegre, Fernando Pessoa,
Mário de Sá-Carneiro, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, 
Jorge de Sena, Ruy Belo e António Gedeão.

Há quem vá até ao Marquês e desfrute a maravilha do parque Liberdade,
Eduardo VII, e visite a estufa-fria palacete de plantas, lagos e cascatas.
Desde a feira do livro aos demais desportos e música ao ar livre.
Há quem desça até à Avenida para ao perto ver desfilar
As marchas populares de verdade.

Há quem vá até Belém, de monumentos e museus, e se calce de cultura,
Tendo pela vista os descobrimentos e paragem obrigatória
Para o afamado pastel de nata de belém…
Atracção ao turista que os come bem e com canela.

Há quem vá à Alameda D. Afonso Henriques, o 1º rei de Portugal,
E refresque a vista na, Monumental, Fonte Luminosa.
Pela noite é chuva de estrelas ao ar livre.

Há quem vá ao museu Calouste Gulbenkian que pela arte
Tem o seu encanto, arte antiga, moderna e outros eventos 
Culturais. E, um requintado e acolhedor jardim de lazer e desejo.

Há quem vá ao Carmo para mirar a vasta cidade de Lisboa
E vá no elevador de Santa Justa que vem ao Chiado… 
À brasileira de muitos turistas que vêm cumprimentar Pessoa 
O Poeta universal e seus heterónimos.

Há por toda a Lisboa esplanadas cheias até altas horas, saraus
De música, poesia e muita animação.
E pelos bairros típicos abrem-se a janela
Pelas ruas e vielas… bairro alto, alfama…algazarra e folia.
Música pela madrugada, sardinhas e outras iguarias...
Balões que enfeitam a cidade e dão vida aos santos populares. 
São cor, alegria, a vida que magnetiza o verão 
E abrem as portas à linda Lisboa, a nossa capital.

Há quem vá até Coimbra ver seus encantos e tradição.
Cidade universitária pela maior universidade de Portugal,
Património mundial da UNESCO. Quantos doutores têm
A vida em suas mãos e tantos fados pela alma e coração!

Coimbra tem ainda o magnifico parque de Santa Clara,
Maravilha às nossas crianças, construção pequenina e harmoniosa
Representando monumentos e outros elementos
Sobre a cultura e o património edificado
Português, em Portugal e no mundo.
É o Portugal dos Pequeninos…quantas passeatas
E brincadeiras de crianças e adultos também.

Há quem vá ainda ao Porto, cidade invicta, e por lá 
Se banhe nas águas do rio douro
Que tem tantos mistérios e quão encantos.
Há quem passeie pelo douro e vá até ao Tâmega a rabelo
Esperançado em encontrar pela ponte romana, algum fio de ouro,
Vestígios de ninfas que por lá espelharam seu cabelo.
E, sempre brindando à vida, pelo cálice de vinho do Porto,
O orgulho do nosso majestoso Portugal.

Há tantas regiões e tantos lugares 
Para visitar, ver e sentir espalhados pelo nosso Portugal 
Que nem o grandioso verão e suas romarias
Finda as maravilhas a descobrir. Mas, há sempre mais amor e mimos
Em dias de estio, pois o sol brilha mais e adormece à luz da lua.
São os girassóis que nos iluminam de dia e de noite. E às almas
Enamoradas veneram seus sonhos pelas noites de luar.

Há mais cidades noutros países que sentem o verão
Que vivem-no e amam-no tão intensamente como nós portugueses.
Há lugares paradisíacos e temperaturas bem mais elevadas 
Pelo universo nesta estação do coração.

Em tempo de verão há, uma palavra, suspensa no céu, felicidade.

® RÓ MAR


domingo, 21 de junho de 2015

SÃO JOÃO


SANTOS POPULARES- SÃO JOÃO



Manjericos do São João na Rua das Flores - Fotografia de Armando Tavares


SÃO JOÃO 


Santo António foi dormir
O São João a chegar
Com manjericos na mão
E sardinhas para assar.

Também dá um martelinho
E alhos porros perfumados
Para ver muito felizes
Os casais de namorados.

Ai meu querido São João
No Porto és residente
Tens na mão um manjerico
Para dares a toda a gente. 

São João pra ver as moças
Fez uma escada de ouro
Para as ver lavar a roupa
Nas margens do Rio Douro.

Foi comprar um Manjerico
Na rua das fontainhas
Para dar às raparigas
Que ainda estão solteirinhas.

Levou-as ao bailarico
E deu-lhe uma ginginha
Prometeu-lhe noivo rico
Pra toda a sua vidinha.

São João quero ir contigo
Passear pela noitinha
Sentir a brisa da noite
Nas asas de uma andorinha.

Quero sentir o cheirinho
Da bela sardinha assada
Na rua das fontainhas
Até alta madrugada.

Ver os balões dançarinos
Presos por fios no ar
Os pregões vindos dos becos
E bandas sempre a tocar.

São João com tua capa
Perfumada de jasmim
Ativa a tua memória
E não te esqueças de mim.

Margarida Fidalgo

quarta-feira, 17 de junho de 2015

SÃO JOÃO


SANTOS POPULARES - SÃO JOÃO



Imagem - Igreja de Nossa Senhora da Encarnação - São João 

SANTOS POPULARES - SÃO JOÃO


SÃO JOÃO


São João enfeita a nossa cidade invita
De cores, balões e gente bonita;
Vem pôr a bailar este nosso país
Que anda cabisbaixo e de nada diz!

Embriaga o Douro de nosso Porto
E leva as damas a passear rabelos,
Pelo mar de Portugal absoluto,
Espelhando as águas de oiros cabelos.

São João não vens tarde demais, não, vens
À hora! Santo António foi e não em vão,
Aos peixes pregou o mar que ainda tens
E a caminho São Pedro de chavão!

® RÓ MAR


VIVA O SÃO JOÃO


SANTOS POPULARES - SÃO JOÃO

 



SANTOS POPULARES

 

VIVA O SÃO JOÃO


Tu que me deixaste tanta saudade
nos meus tempos já distantes,
festas na aldeia, vila, ou cidade
hoje vejo tudo diferente,

já ninguém, e nada é como dantes.

A mocidade mudou,
os bailaricos era uma paixão
muitos namoricos se arranjou,
dançando na noite de São João.

E muita gente se enamorou
em noites de São João,
algum certamente se casou
e outros vivem a recordação.

Festa é festa e viva o são João
a seguir São Pedro chegará
e vem com as chaves na mão
as portas ele fechará,
mas vem cumprimentar São João.

Joana R. Rodrigues


terça-feira, 16 de junho de 2015

A ABELHA




A ABELHA


A abelha voa, voa zzzzzzzz
Voando de flor em flor 
Para saborear o sabor
Das flores com muita cor
Que se abrem com o calor

A abelha voa, voa zzzzzzzz
É muito trabalhadora
Sai muito cedo da colmeia
Para ela não existe hora
Para o almoço nem para a ceia

A abelha voa, voa zzzzzzzz
Seu corpo parece aveludado 
Desenhado ás riscas verticais
Amarelo e preto lado a lado
Vestem todas roupas iguais

A abelha voa, voa zzzzzzzz
São umas autênticas obreiras
Fabricam um mel sem igual 
Quando zangadas não tem maneiras
Dão uma ferroada dolorosa e brutal

A abelha voa, voa zzzzzzzz
Estas lindas abelhinhas 
São um milagre da natureza
Quando querem são meiguinhas
Doces como o seu mel com certeza

Paulo Gomes

sábado, 13 de junho de 2015

SANTO ANTÓNIO

 
 

 SANTOS POPULARES - SANTO ANTÓNIO

 

 
 

SANTO ANTÓNIO


Santo António Padroeiro
Da nossa cidade Lisboa
Dos Santos és o primeiro
A festejar com sardinha e broa

És o Santo casamenteiro
Para quem não sabe eu explico
Substituis a flor de laranjeiro
Pelo perfumado manjerico

És o meu Santo popular
De Ti tenho total devoção
Com os bairros a marchar
E o cheiro das sardinhas no carvão

A Avenida da Liberdade é o teu lar
Onde se festeja toda a noite com alegria
Santo António és de todos o mais popular
Em todos os bairros desde a Graça à Mouraria

Paulo Gomes


Marchas Populares de Lisboa - 2015

Alto do Pina vence Marchas Populares de Lisboa



Os Padrinhos: Bruno Cabrerizo e Teresa Guilherme




Marcha de Alto do Pina



foto de Jorge Jacinto



A MARCHA - ALTO DO PINA - a Grande Vencedora
das Marchas Populares de 2015



O 1º Lugar, o Melhor Desfile e o Melhor Figurino.

 Os Padrinhos: Teresa Guilherme e Bruno Cabrerizo. 






O segundo lugar foi atribuído à Marcha de Alfama 
e o terceiro à Marcha de Alcântara.



NA NOITE DE SANTO ANTÓNIO


SANTOS POPULARES – SANTO ANTÓNIO 




QUADRAS 


Na noite de Santo António há alegria, 
Foguetes pelo ar, arraial e muita folia; 
Há febras, caldo verde e boa sardinha; 
Lisboa sai à rua em manjericos e sonha! 

® RÓ MAR 

OUVI-ME VÓS

SANTOS POPULARES – SANTO ANTÓNIO 





OUVI-ME VÓS 


“No Dia de Santo António”


Vendo tão grande aridez
Nos homens de alma vazia
Frei António duma só vez
Fez jus à sabedoria.

Deixou praças foi ao mar
À praia os peixes chamou
E com um mágico pregar
Fez sermão qu´ os encantou.

“Irmãos peixes, meus irmãos,
Tenho que vos confessar
Meus argumentos são vãos
Para os homens conquistar.

É tal a humana loucura
Que em todos já fez cegueira
E toda a reles criatura
Põe a Deus na prateleira.

Em cada dia que passa
Nos mais escassos momentos
Vemos um mundo sem graça
Rodeado de tormentos.

Todo o poder instaurado
Passa ao lado das verdades
Cada projecto engendrado
É uma feira de vaidades.

Para eles só há negócio,
Esquecem Deus o tempo inteiro,
Nem casamento nem divórcio
Só um Deus: o seu dinheiro.

Vós, porém, com toda a estima,
Viveis bem e tomais tino,
Sois de Deus a obra-prima
E conheceis o vosso destino.

Mas sois filhos da natureza,
Não vos podeis esquecer,
Que entre vós, com certeza,
O mesmo pode acontecer.

Os mais de vós sois pequenos,
Tendes migalhas e pouco mais,
Se não conheceis os terrenos
Sereis carne pr´ os demais.

Quando temeis sois cardume
Fica-vos bem a união
Os maiorais têm ciúme
Puxando p´ ra si a razão.

Vós, peixes, sempre quereis
Da vida tirar proveitos
Mas os fortes, como sabeis,
Tomam conta dos direitos.

Abri bem os vossos olhos
E refreai vossas escamas
Para escapar aos escolhos
E ao perigo das tramas.

E vós, ó peixes maiores,
Que vos julgais invencíveis
Destruí vossos horrores
Pois também sois perecíveis.

Para os oceanos bem fundos
Levai a vossa tirania
Perante os fracos sois imundos
E não julgueis ter valentia.

Há redes para os pequenos
E pr´os maiorais há arpões
Contai c´os humanos venenos
Que vos matam as ilusões.

Há mares baixos e estreitos
E há imensas maresias
Há sargaços e há defeitos
E ninguém vê serventias.

Peixes de todos os tamanhos,
Iguais mas sempre diferentes,
Não queirais por entre estranhos
Serdes comidos p´ las gentes.

Não sei que mais vos direi
Apenas que sejais felizes
Convosco a Deus pedirei 
Para vos livrar dos deslizes.

Acreditai nas esperanças
Dos mares azuis de bonança
E p´ ra terdes águas mansas
Uni guelras sem tardança.

C´ os homens nada a fazer
Pois qu´ o bem já não os seduz
E, quanto ao como devem ser,
Preferem as trevas à luz.

Coitada da Natureza,
A terra, o mar e o ar,
O homem é uma tristeza
Vós, Peixes, sois d´ encantar!”

Frassino Machado

www.frassinomachado.net

SANTO ANTÓNIO - O PADROEIRO DE LISBOA


SANTOS POPULARES – SANTO ANTÓNIO





QUADRAS


Pela noite dentro há baile à canoa,
Rio Tejo a par e par a namorar;
De doze a treze de Junho é ver ao altar
 Santo António - o padroeiro de Lisboa.


® RÓ MAR


FESTAS POPULARES

SANTOS POPULARES - SANTO ANTÓNIO




FESTAS POPULARES


Lá vai a graça cheia de graça e alegria
olha para quem passa toda vivaça
saudando suas amigas com mordomia,
saudosa e bonita, maravilhosa e giraça

Lá vai a mouraria com sua voz e altivez
cantando e dançando com igual parceria
e vão marchando na sua vez,
haja arraial e muita alegria, na mouraria!

Lá vai Alfama sempre presunçosa
não tem limites nas suas cores
fresca e sempre viçosa é alegria dos amores
tem fama de ser a vaidade dos cantores.

Todos os bairros de Lisboa são lindos
nem todos vou enumerar,
para mim são todos bem-vindos
venham turistas ouvi-los cantar!

Temos Santo António Casamenteiro
uma referencia a não esquecer
faz parte de Lisboa e do Património,
A Festa dos Santos Populares venham ver.

Joana R. Rodrigues


SANTOS POPULARES – SANTO ANTÓNIO


SANTOS POPULARES – SANTO ANTÓNIO




Imagem/ poema © Ró Mar


terça-feira, 2 de junho de 2015

O GRILO





O GRILO


Olha o lindo grilo cantante
Que vive nas flores do meu jardim
Não há nenhum instante 
Que ele não faça ginástica no capim

É um grilo muito espertalhão 
Que ninguém o consegue apanhar
É conhecido como um saltitão
Que passa o dia e a noite a cantar

Gri gri é a sua música preferida
Todos gostam de ouvir a sua canção 
É uma música que há muito é ouvida
Nas histórias de magia e emoção 

Oiço no silêncio desta madrugada
O cantar deste lindo grilo cantante
Como se fosse uma linda balada
Cantada por um cantor fascinante

Paulo Gomes


DIREITO UNIVERSAL




DIREITO UNIVERSAL



Dia internacional da criança
fazemos deste dia muito especial
mas existe tanta criança sem esperança!
Porque existe um mundo tão desigual
mesmo que haja a perseverança,
onde está os direitos da criança mundial!?

Muito se fala de paz e amor, tanta criança não tem,
só conhecem a fome e sofrimento também.
O direito das nossas crianças, era que nada lhes faltasse,
o carinho o amor de todos, a alimentação,
os cuidados médicos, e a educação, onde estão!?
Quantos estão em campos de concentração.

Não bastando tudo isso, outras vivem com armas na mão!
Onde está a felicidade que as crianças de todo o mundo
têm por direito? Mas dão-lhes a negação,
vivem pesadelos em vez de sonhos, ferindo seu coração profundo,
crianças sem futuro seriam homens e mulheres de cada nação!
Mas atenção as crianças estão abandonadas e desrespeitadas em todo o mundo.

Joana R. Rodrigues


NÃO É UMA FLOR QUALQUER, NÃO!


Imagem - Bellissime Immagini 


NÃO É UMA FLOR QUALQUER, NÃO!


A flor que vêem grudada à minha mão
Não é uma flor qualquer, não!
É a voz da razão que grita de coração,
O apelo à humanidade, paz…pão!

® RÓ MAR


SER INDESEJADO


Poemário: "AS NOSSAS CRIANÇAS

SONETOS DO UNIVERSO * PLANETA JOVEM 


Dia da Criança
SER INDESEJADO


Um pai e uma mãe gerando um filho,
Precisam de assumir-se como tal!
De plena consciência de casal,
De que não vai nascer um empecilho…

Tem de ser um desejo conjugal
E não obra de reles maltrapilho,
Em que a palavra amor é trocadilho,
Numa relação mórbida e carnal…


São vitimas de actos impensados
E por isso talvez tão desprezados, 
Entregues a si próprios, sem um lar!

Porque foram gerados sem amor,
Crescem entre a revolta e o horror,
Não tendo o coração nada p’ra dar!...

José Manuel Cabrita Neves 




segunda-feira, 1 de junho de 2015

ESPERANÇA



Poemário: "AS NOSSAS CRIANÇAS" 


SONETOS DO UNIVERSO * PLANETA JOVEM 



Imagem - Belissime Immagini 

ESPERANÇA


Num sorriso duma criança
Vislumbra-se grato prazer
Por isso dê-se a esperança
Para a criança sempre o ter!

Armindo Loureiro





DIAS - CRIANÇA


Poemário: "AS NOSSAS CRIANÇAS"


SONETOS DO UNIVERSO * PLANETA JOVEM





DIAS - CRIANÇA
“No Dia Mundial da Criança”


P´ los quatro cantos da terra
Num oceano de abundância
Canta-se um hino de guerra
A todos os seres da infância.

Guerra de falsa magia
Com lucros vis à ganância
Resulta bem neste Dia
Jurar um amor à criança

- Toma, lindinho, esta prenda
Gosto de ti à maneira
Tu ficas com a oferenda
E os papás dão-me a carteira.

Criança não pensa mas sente
Tudo para ela é ventura
À sombra de tanto presente
Às vezes fica a amargura.

Perante este assalto abjecto
Desta homenagem vazia
A criança supõe um afecto
Mas adivinha a hipocrisia.

Haverá todo o ano “criança”
Num sentimento profundo
Quando acabar esta dança
Em todos os cantos do mundo!

Frassino Machado






DIA MUNDIAL DA CRIANÇA


DIA MUNDIAL DA CRIANÇA 

 1 de JUNHO de 2015



Imagem - Arte E Dança 


JOANINHA E A FADA MADRINHA

Poemário: "AS NOSSAS CRIANÇAS"


SONETOS DO UNIVERSO * PLANETA JOVEM





Joaninha E A Fada Madrinha


Era uma vez uma linda menina
que andava sempre triste, e sozinha,
mas tinha uma fada madrinha,
daquelas que já não existe, boazinha!

Aquelas fadas que tinham uma varinha mágica
onde tocavam tudo de bom se transformava,
mas essa varinha avariou e tornou-se trágica
e o perigo espreitou, e logo a menina maltratava.

A joaninha adorava ouvir contos de fadas
então a sua madrinha, com muito carinho,
dizia que havia muitas meninas desrespeitadas,
que o perigo estava sempre no caminho,
que havia sempre as pessoas mal intencionadas.

E Joaninha com muita atenção a sua madrinha ouvia,
depois pensava, que nada lhe iria acontecer,
pois tinha sempre a sua madrinha para a proteger,
só que a fada madrinha já não tinha a sua varinha de magia
lembrou-se que a madrinha lhe tinha dito, que querer é poder.

Um dia vinha a Joaninha da escola, encontrou a madrinha a chorar
e perguntou-lhe porque choras madrinha?
Estou desolada sem ter a minha varinha, e nem me posso levantar
pois quando vinha ao teu encontro tropecei numa pedrinha.
Recordas-te madrinha que querer é poder, vamos ter que acreditar.

E Joaninha e a madrinha colocaram a mente a trabalhar,
a varinha começou a funcionar, porquê? Porque é preciso acreditar!

Joana Rodrigues