UMA DOCE POESIA
Caminhei por uma ruela apertada
Numa noite de um intenso luar
Como fosse de dia totalmente iluminada
Fazendo as pedras da calçada brilhar
Caminhava lentamente sem pensamentos
Queria caminhar sem rumo, sem destino
Tinha à flor da pele os piores sentimentos
Uma vontade incontrolável de orar ao Divino
Enforcar-me no meu espírito, na minha alma
Esquecer a ganância de todos os bens materiais
Viver numa ilha isolado, onde perdurasse a calma
Escrevendo linhas de palavras apenas espirituais
Um gemido de dor entoou na ruela como um trovão
Transbordando o meu pensar para a dolorosa realidade
Um menino embrulhado numa manta dormia no chão
Um jovem sem abrigo, sem conforto, sem comodidade
Abri a carteira para ver o dinheiro que continha
Mas infelizmente estava completamente vazia
O jovem sorriu e disse-me com uma suave Vozinha
Por favor senhor dedique-me uma doce poesia
Paulo Gomes