quinta-feira, 2 de junho de 2016

SER, OU NÃO SER, CRIANÇA




SER, OU NÃO SER, CRIANÇA


Fui ouvindo num tom suave
O vento que soprava,
E depois num tom mais grave
E com o vento rodopiava

Era os ventos de mudança
Ou de bonança talvez...!
Mas senti que o vento de esperança
Se queria mudar de vez,

E foi no embalo do vento
Que o tempo foi passando vezes sem conta
E na esperança foi remexendo
Mas esqueceu-se de ser criança

Quando o vento de mudança regressou
Não havia mais aquela criança,
Porque o tom grave do vento a assustou
Depressa se fez mulher, e com o tom suave do vento
Tudo mudou, e ela ficou à espera de esperança...

Os filhos que no seu ventre gerou
Eram  tempos de bonança, o vento a procurou
Mas se esqueceu de trazer a esperança,
O vento mudou, mas ela não voltou a ser criança.

Joana R. Rodrigues